Aulas na Escola Doutor Ebenézer Gueiros, na Iputinga, foram suspensas até 12 de fevereiro. Educandário Magalhães Bastos, na Várzea, liberou cinco de 13 turmas mais cedo.
Por G1 PE e TV
Globo

Teto de salas na Escola Municipal Doutor
Ebenézer Gueiros é escorado por vigas de ferro — Foto: Simpere/Divulgação
A
Escola Municipal Doutor Ebenézer Gueiros, na Iputinga, na Zona Oeste do Recife, teve o
início do ano letivo suspenso por causa de problemas estruturais. As aulas
deveriam ter começado nesta terça (5), junto com toda a rede municipal. Ao
todo, 450 crianças ficam sem aulas até 12 de fevereiro.
Na
unidade, o teto de quatro salas está escorado por vigas de ferro e ameaça cair,
segundo o Sindicato dos Professores do Recife (Simpere). A escola apresenta,
ainda, problemas nas instalações elétricas.
Imagens
feitas pelo sindicato mostram o teto danificado, fios expostos e vigas de ferro
espalhadas, sem proteção, em diversos pontos da escola. O Simpere informou que
os problemas foram identificados em 2018 e enviou ofícios à Secretaria de
Educação do Recife (Seduc) para tentar resolvê-los.
Um
ato foi realizado pelo Simpere em frente à escola, na manhã desta terça, para
pedir à prefeitura a resolução dos problemas. Segundo Teoneide Albuquerque, uma
das coordenadoras do sindicato, professores e pais estão preocupados com a
segurança das crianças na instituição de ensino.
"A
impressão é de que existe um risco de desabamento. A engenharia não quis se
pronunciar nem apresentar laudos sobre a estrutura. São duas salas no piso
inferior e duas no superior. Fizemos várias visitas e conversamos com a gestão
da escola e nada foi feito. Uma das mães tem uma filha autista e está bastante
preocupada com ela ficar sem as aulas", afirmou Teoneide.

Vigas
de ferro são expostas sem proteção na Escola Municipal Doutor Ebenézer Gueiros,
no Recife — Foto: Simpere/Divulgação
O
auxiliar administrativo André Damião é pai de uma aluna do 5º ano. Ele afirma
que a filha chegou para o primeiro dia de aula do ano letivo e recebeu o aviso
de que a escola havia sido interditada.
"Ao
chegar para dar aula, os professores perceberam que o teto continuava com
problema e que seria um risco para os alunos, não tinha condições de dar aula
com o teto do jeito que estava. Por isso, as aulas foram suspensas", disse
André.
Ainda
segundo o pai da aluna, a suspensão das salas surpreendeu as famílias.
"Pegou todo mundo de surpresa. A escola foi interditada sem aviso prévio,
sem nada. E ninguém entrou em contato para avisar que as aulas foram suspensas.
As crianças chegavam e eram mandadas para casa. Todos os pais estão
revoltados", contou.
Resposta da prefeitura
Por
meio de nota, a Seduc informou que foi a secretaria que identificou o problema
estrutural e que, "desde 2018, contratou uma consultoria especializada
para o desenvolvimento de um projeto de recuperação estrutural". A pasta
afirmou, ainda, que as obras foram iniciadas em janeiro e devem ser finalizadas
até março de 2019.
Sobre
a suspensão das aulas, a Seduc disse que as obras não afetam "diretamente
o pleno funcionamento da escola, uma vez que os estudantes seriam relocados
para outros espaços dentro da própria unidade", mas que a suspensão
ocorreu "para que as obras sejam adiantadas o máximo possível" e que
"as aulas serão repostas ao logo do ano letivo".

Escola
Municipal Doutor Ebenézer Gueiros, no Recife, tem problemas estruturais — Foto:
Simpere/Divulgação
Escola sem ventilador
Também
nesta terça (5), cinco das 13 turmas do Educandário Magalhães Bastos, na
Várzea, na Zona Oeste do Recife, foram liberadas por volta das 11h, devido a
problemas nos ventiladores. Segundo o Simpere, a escola tem, ainda, problemas
no piso e nas instalações elétricas, pois tomadas foram fixadas com fitas
adesivas, de forma improvisada.
"Conseguimos
entrar em contato com a Secretaria de Educação, que se prontificou em realizar
uma reunião com o sindicato e a gestão na quarta-feira (6)", afirmou
Teoneide.
Sobre
o caso, a prefeitura informou que a equipe de manutenção foi ao local nesta
terça (5) para reparar os ventiladores. Na nota, a administração municipal
também disse que lançou, em 2017, o programa Novo Clima, que prevê a instalação
de ares-condicionados em todos os ambientes das 309 escolas da rede municipal
de ensino.
Ainda
segundo a prefeitura, 70% do parque escolar foi climatizado, mas, em escolas
mais antigas, como a Magalhães Bastos, "é necessário fazer uma reforma
elétrica para receber os equipamentos e, em alguns casos, é preciso ainda
implantar uma subestação". O prazo para a climatização completa é 2020.
A
Seduc informou, ainda, que o trabalho de manutenção da rede escolar é feito
"de forma constante e ininterrupta". Disse também que, em 2018, "foram
investidos R$ 22 milhões em manutenção e pintura das escolas, além de serviços
na parte elétrica da rede".
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